Ambrósio Choma

Ambrosio Choma, filho de Pedro e Dorotéa Szpak Choma, nasceu em Mallet, PR., no dia 10 de dezembro de 1928. Era o segundo filho do casal, tendo como seu irmão mais velho, Pedro Choma Júnior, nascido em 14 de setembro de 1927. Além do irmão Pedro Júnior, teve mais cinco irmãos: Dionísio, Ana (nascida em 1933 e falecida em 05/10/2007), Léo, Anísia Maria e Dorotéia Edi. Na época do nascimento de Ambrosio, seu pai Pedro era dono de uma ferraria e a mãe Dorotéa era professora estadual no Grupo Escolar Dario Veloso na cidade de Mallet.

No ano de 1936, seus pais adquiriram um pequeno estabelecimento comercial de um visinho chamado Nicolau Sembay e venderam a ferraria a um dos empregados. Nessa época Ambrosio estudou nos dois primeiros anos do curso primário na escola das Irmãs ucranianas Servas de Maria Imaculada na sua cidade natal. No ano de 1938, Ambrosio e seu irmão Pedro Júnior foram levados à cidade de Prudentópolis, PR, e matriculados na turma de meninos internos no Colégio Santos Anjos, das Irmãs Servas de Maria Imaculada. Estudou nesse colégio no período letivo de 1938, tendo como sua professora na terceira classe a saudosa Irmã Valéria Borstch. No ano seguinte (1939), seus pais transferiram os dois filhos para o Seminário Menor São José, dos Padres ucranianos da Ordem de São Basílio Magno (Basilianos), então dirigido pelo saudoso Pe. Josafat Roga. O principal professor do 4º ano básico foi o Pe. José Martenetz que, posteriormente foi sagrado bispo e exerceu os cargos de exarca, e em seguida, de eparca da Igreja Católica Ucraniana no Brasil. No final do ano, os alunos foram convidados a declararem se já sentiam sinais de vocação para a vida sacerdotal. Os que se manifestaram positivamente, teriam a matrícula garantida como estudantes seminaristas no ano seguinte, enquanto os demais foram liberados para retornarem às suas casas.

Por sugestão do Pe. Clemente Preima, então pároco da igreja católica ucraniana do Sagrado Coração de Jesus, de Mallet, em 1940 os pais, Pedro e Dorotéa levaram os dois filhos à cidade de Castro, PR, e os matricularam no Ginásio Diocesano de Santa Cruz, cujo diretor era o Pe. Francisco Salache. Nesse estabelecimento de ensino, Ambrosio cursou os dois primeiros anos do curso ginasial. Nos anos de 1942 e 1943, ambos irmãos estudaram no Internato do Ginásio Paranaense, dos Irmãos Maristas, em Curitiba, onde cocluíram o curso ginasial.

Nos anos de 1944 a 1946, freqüentou o curso científico no Colégio Estadual do Paraná e à noite, também fez o curso de Contabilidade na Escola De Plácido e Silva. No início de 1947 ingressou no Curso de Química Industrial no antigo Instituto de Química do Paraná (situado no bairro do Bacacheri da capital).

Em 1958, ingressou no curso de Intendência do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército (C.P.O.R). Foi declarado Aspirante a Oficial em 1949, tendo ganho o Prêmio Correia Lima da corporação como o aluno nº 1 entre 208 aspirantes a oficial do C.P.O.R de Curitiba.

Durante o ano de 1950 fez estágio nos laboratórios de química do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tecnológicas do Paraná – IBPT, atual TECPAR. Concluiu o curso superior de Química Industrial (de 4 anos) em dezembro de 1950. No dia 30 desse mesmo ano (Ano Santo da Igreja Católica), casou-se com a professora normalista Ada, filha dos casal ucraniano Alexandre e Olga Kotzovski.

No início do ano de 1951, seguiu junto com a sua jovem esposa para a cidade de São Paulo com o objetivo de conseguir um emprego na profissão de Químico Industrial. Todavia, naquela época, as vagas para os profissionais da área de química eram ínfimas, por isso, desistiu dessa profissão e regressou ao Paraná para trabalhar no comércio mantido pela família em cidades no sul do Estado. Foi designado sócio-gerente da casa comercial “Casa Choma”, na cidade de Rio Azul. (Como o Instituto de Química do Paraná, foi incorporado à Universidade Federal e o curso de Química Industrial passou a ser de Engenharia Química, em 1958 Ambrosio submeteu-se aos exames das matérias que não faziam parte do currículo em que ele se formou, então recebeu o diploma de Engº. Químico pela UFPR). Ao chegar a Rio Azul em 1951, seu plano era viver ali durante um ou dois anos, até encontrar uma boa colocação como químico. Entretanto, acabou gostando da vida na pequena cidade, onde sua esposa Ada foi fundadora e diretora da Escola Normal Regional, acabou vivendo ali durante dez anos. Durante os dez anos de vida em Rio Azul , o casal participou intensamente da vida social e comunitária, junto à população. Em Rio Azul nasceram quatro dos seus cinco filhos, Ambrosio Filho (falecido em 1997), Carlos Augusto, Ada Inez e Alexandre Pedro, o quinto, Ivan, nasceu depois que o casal mudou-se para a capital do Estado (em 1961).

No ano de 1954, o Revmº. Pe. Valdomiro Haneiko, que residia em Mallet e era um grande amigo da família Choma, convenceu Ambrosio a concorrer à eleição para o cargo de deputado estadual, pelo recém constituído Partido Democrata Cristão (PDC). Aceitou essa incumbência, porém, como o partido contava com poucos candidatos, foi eleito apenas um deputado, Rafael Kulisky, lançado pelo diretório municipal de Prudentópolis. Ambrosio não foi eleito e só alcançou a segunda suplência. Posteriormente, no ano de 1958, o Pe. Haneiko, que então residia na cidade de Apucarana e exercia o cargo de Inspetor Regional da Secretaria de Educação no norte do Estado, insistiu para que Ambrosio se candidatasse novamente. Alegou que o prefeito de Curitiba, Major Ney Braga, ingressara no PDC e passara a comandá-lo politicamente e pedira ao padre para que convencesse Ambrosio a se candidatar outra vez a deputado estadual. O próprio Prefeito Ney Braga, insistiu pessoalmente nesse assunto e acabou convencendo Ambrosio a concorrer, alegando que, com o apoio do Pe. Haneiko e das demais lideranças da comunidade ucraniana, a eleição estaria garantida. Realmente, tudo indicava que tal fato aconteceria sem maiores dificuldades. Todavia, isso não ocorreu porque a população de Apucarana, que reconhecia o grande prestígio do Pe. Valdomiro Haneiko em seu meio, insistiu que fosse ele o candidato da região norte para a Assembléia Legislativa. Faltavam menos de dois meses para a eleição, — que se realizaria no dia 03 de outubro de 1958 — quando o PDC registrou a candidatura do Pe. Haneiko. Com isso, Ambrosio deixou de contar com o apoio do seu maior cabo eleitoral e não conseguiu eleger-se, faltando-lhe apenas 59 votos. Ficou na primeira suplência, pois, o Partido Democrata Cristão elegeu Ney Braga como deputado federal; e para deputados estaduais foram eleitos: o Pe. Valdomiro Haneiko, o major “expedicionário” Agostinho Rodrigues e o Capitão Eduardo Machado Lima (candidato por Campo Mourão).

Dois anos depois (1960) o PDC elegeu Ney Braga como Governador do Paraná e, com a sua saída da Câmara dos Deputados a comunidade ucraniana passou a contar durante dois anos com o mandato de deputado federal do 1º suplente do PDC, Engº. Estefano Mikilita.

Na qualidade de primeiro suplente de dep. estadual, Ambrosio exerceu o cargo de deputado durante 10 meses, em virtude de licenciamentos dos titulares.

Durante o governo de Ney Braga, Ambrosio foi diretor superintendente da COPASA — Cia. Parananese de Silos e Armazéns, durante 4 anos e, também foi incorporador na criação da COHAPAR — Cia. de Habitação do Paraná, da qual foi o primeiro diretor técnico. Durante o governo de Paulo Pimentel, trabalhou como técnico na antiga CODEPAR, que mais tarde foi transformada no Banco de Desenvolvimento do Paraná — BADEP. Após três anos, pediu demissão dos cargos de Engº. Químico do IBPT e de técnico do BADEP para atuar na iniciativa privada, como corretor de imóveis. Nesse ramo de atividade, foi bem sucedido e trabalhou durante dez anos, até se aposentar no ano de 1980.

Sempre exerceu atividades não remuneradas dentro da comunidade ucraniana. Após vir residir em Curitiba (em 1961), ocupou vários cargos em diretorias da então União Agrícola Instrutiva, — atualmente Sociedade Ucraniana do Brasil –SUBRAS, exercendo tais funções num período superior a trinta anos.

Como católico praticante, sempre freqüentou, junto com sua esposa Ada, a igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, sita na Rua Martim Afonso, igreja essa na qual o casal recebeu o sacramento do matrimônio no ano de 1950. Nessa paróquia, Ambrosio e sua esposa Ada, exerceram por muitos anos, atividades em diversas funções dentro da Comissão Paroquial e em outros setores ligados à Igreja Católica Ucraniana. Como tesoureiro e como presidente da comissão paroquial, Ambrosio colaborou nas obras da construção da nova igreja, durante as gestões dos párocos Nicolau Iwaniw e Marciano Pensak. Também, foi incumbido pelo Revmº. Pe. Nicolau Iwaniw a providenciar um arquiteto para a elaboração do projeto da igreja católica ucraniana do Imaculado Coração de Maria, na cidade de Irati, PR, e também contratar um engenheiro para elaborar o projeto dos cálculos estruturais dessa obra. Na época, o presidente da comissão paroquial em Irati era seu pai, Pedro Choma em cuja gestão o belo templo foi edificado.

A partir de 1961, na gestão do pároco Pe. Nicolau Mariano Iwaniw, OSBM, Ambrosio tornou-se membro ativo do Comitê pró Construção da Praça Ucrânia e do Monumento ao Poeta Taras Schevtchenko em nossa capital. Nessa entidade comunitária, após a renúncia do Prof. Engº Serafim Voloschen por motivos de saúde, exerceu as funções de secretário por mais de dois anos. A inauguração da Praça Ucrânia e do Monumento ao Poeta Taras Schevtchenko ocorreu no dia 29 de outubro de 1967, durante o mandato do Prefeito Municipal de Curitiba Engº. Omar Sabbag. Durante esse evento, Ambrosio foi o orador representante da comunidade ucraniana.

Aos 70 anos de idade, aconselhado por seus médicos, teve que reduzir suas atiividades funcionais e sociais por motivos de saúde e por causa de uma incômoda deficiência auditiva.

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